Treinadora da seleção de conjunto e diretora técnica de GR, ela está envolvida em casos de abuso contra ginastas

A treinadora Emanuela Maccarani não estará mais à frente da ginástica rítmica italiana. Ela ocupava o cargo de diretora técnica de GR da Federação de Ginástica da Itália (FGI) há mais de 30 anos, além de ser a treinadora da seleção nacional de conjunto. Seu contrato tinha término previsto para 30 de junho de 2025, mas a Federação optou por antecipar a saída. O anúncio foi feito pelo novo presidente da FGI, Andrea Facci.
“Foi tomada então uma decisão unânime de rescindir antecipadamente o contrato da professora Emanuela Maccarani. A gestão da Federação que me precedeu havia escolhido a continuidade em vista dos Jogos [Olímpicos], para nós o ciclo acabou. Agradecemos a Maccarani por seus sucessos e olhamos para o futuro com otimismo e nova energia. […] Quero dar pessoalmente uma visão diferente à organização, não apenas à rítmica, levando adiante um conceito de trabalho de equipe abandonando o do treinador sozinho no comando”, afirmou Facci, que assumirá a direção técnica de ginástica rítmica da FGI interinamente.
A nova vice-presidente da FGI, Fabrizia D’Ottavio, medalhista de prata na ginástica rítmica com o conjunto em Atenas 2004, foi treinada por Maccarani e também se pronunciou.
“Os problemas [maus-tratos] persistem há algum tempo, talvez de intensidade diferente, e esperamos há muito tempo para mudá-los. Os resultados, mesmo em alto nível, devem andar de mãos dadas com o bem-estar psicofísico dos atletas. É um momento complexo, mas é o momento certo para começar uma dinâmica diferente, focando em tudo o que está por trás dos resultados”, disse D’Ottavio.
Em 10 de março, o Tribunal de Monza, na Itália, acusou Emanuela Maccarani de maus-tratos contra as ginastas Anna Basta e Nina Corradini, o que significa que ela irá a julgamento preliminar, ainda sem data marcada.
Maccarani estava sendo investigada juntamente com sua assistente Olga Tishina. Originalmente, o Tribunal de Monza recomendou o arquivamento do caso devido à ausência de irregularidades.
No entanto, houve uma reviravolta. Paralelamente à investigação judicial, havia um processo esportivo em andamento, que resultou apenas em uma advertência a Maccarani. Porém, escutas telefônicas mostraram que o promotor responsável pelo caso, Michele Rossetti, teria conspirado com a antiga diretoria da FGI a favor de Maccarani.
Diante das novas informações, não apenas a presidente do Tribunal de Monza, Maria Gabriella Mariconda, decidiu pelo não arquivamento do caso contra Maccarani (o caso contra Tishina foi arquivado), como as ginastas Anna Basta e Nina Corradini, por meio de seus advogados, solicitaram ao Comitê Olímpico Italiano (CONI) que o resultado do processo esportivo fosse anulado. O CONI ordenou uma nova investigação, com dois investigadores independentes.
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